AS FACES DA INVISIBILIDADE
Envolta em plástico, sufocada pelo que chamavam de amor, ela dançava com a morte em passos invisíveis, enquanto a violência se disfarçava de intimidade. Era beijo que queimava. Toque que controlava. Presença que apagava. A casa virou cela. A cama, campo de batalha. O corpo, território invadido. Ela já não sabia onde terminava ele, onde começava o medo, onde se enterrava sua própria voz. Mas um fio de lágrima, teimoso, corajoso, escorreu. E com ele, a verdade veio à tona. Isso não é amor. Isso é cárcere. É silêncio forçado. É ferida aberta. Este editorial é um grito. Um grito por todas que não puderam gritar. Por todas que ainda estão com o rosto coberto, com a boca amordaçada, com o coração espancado. Que essas imagens sirvam como denúncia. E que as palavras aqui sejam abrigo. Até que nenhuma mulher precise se calar para sobreviver. A violência contra a mulher muitas vezes não deixa marcas visíveis, mas sempre deixa cicatrizes. Este ensaio é duro. Incômodo. Necessário. Porque enquant...